1. definição de sexualidade
2. planeamento familiar
3. sexualidade nas diferentes fases da vida
4. contraceção
5. infeções sexualmente transmissíveis.
6. abuso sexual
7. violência no namoro
A sexualidade é uma parte integrante da vida de cada indivíduo que contribui para a sua identidade ao longo de toda a vida e para o seu equilíbrio físico e psicológico.
- Segundo a OMS sexualidade é:
- "uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto, ternura e intimidade, que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual; ela influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental"

O planeamento familiar é uma forma de assegurar que as pessoas têm acesso a informação, a métodos de contraceção eficazes e seguros, a serviços de saúde que contribuem para a vivência da sexualidade de forma segura e saudável. A prática do planeamento familiar permite que homens e mulheres decidam se e quando querem ter filhos, assim como programem a gravidez e o parto nas condições mais adequadas.
- Promover comportamentos saudáveis face à sexualidade;
- Informar e aconselhar sobre a saúde sexual e reprodutiva;
- Reduzir a incidência das infeções de transmissão sexual as suas consequências, nomeadamente a infertilidade;
- Reduzir a mortalidade e a morbilidade materna, perinatal e infantil;
- Permitir ao casal decidir quantos filhos quer, se os quer e quando os quer, ou seja, planear a sua família;
- Preparar e promover uma maternidade e paternidade responsável;
- Melhorar a saúde e o bem-estar da família e da pessoa em causa.
A contraceção consiste no controlo da conceção, ou seja, evitar que ocorra a gravidez. Para isso, são utilizados vários métodos que permitem atingir este objetivo, os métodos contracetivos.
- A grande variedade de métodos contracetivos existente permite que seja feita uma escolha individualizada por parte da mulher, de acordo com o seu perfil psicológico e físico, após o conhecimento de todos os métodos alternativos. Apesar da escolha do método contracetivo ser da responsabilidade da mulher, cabe ao médico informar sobre a sua classificação, as vantagens e desvantagens, riscos e benefícios e as contra -indicações de cada método, conforme discutiremos ao longo deste artigo. Esta coordenação é essencial para a boa adesão e consequente eficácia contracetiva.
Os métodos contracetivos femininos que podem ser utilizados são os seguintes:
- Contraceção hormonal combinada (conhecida como "pílula" na sua forma oral);
- Contraceção progestativa;
- Dispositivo intra-uterino (DIU);
- Método de barreira;
- Métodos naturais;
- Esterilização.
(conhecida como "pílula" na sua forma oral)
A contraceção hormonal combinada (CHC) contém dois tipos de hormonas na sua constituição, o estrogénio e o progestativo. Na sua forma oral a CHC é conhecida como "pílula", consistindo na toma diária de um comprimido, durante 3 semanas, seguida de pausa de 1 semana. Contudo, existem outras formas de administração, conforme abordaremos adiante.
VANTAGENS
DESVANTAGENS
A contraceção progestativa consiste na administração de um progestativo de forma contínua.
Com o aparecimento de novos progestativos, com novas vias de administração, este tipo de contraceção tem-se tornado numa opção eficaz e segura.
- O progestativo utilizado permite inibir a ovulação e alterar as características do muco cervical (colo do útero) e do endométrio (interior do útero) e, assim, evitar a gravidez.
- A contracepção progestativa tem várias indicações para a sua utilização, como:
VANTAGENS
DESVANTAGENS
O dispositivo intra - uterino (DIU) não hormonal é constituído por cobre. Este tipo de dispositivo é introduzido na cavidade uterina (interior do útero), através de uma observação ginecológica.
- O mecanismo de ação do DIU de cobre consiste na criação de uma reação de toxicidade para o esperma (dificultando a gravidez) e para o óvulo (dificultando a fecundação), e uma reação no endométrio (dificultando a implantação do óvulo). Portanto, existe uma reação de corpo estranho no útero ao DIU que impede a gravidez.
VANTAGENS
DESVANTAGENS
Os métodos contracetivos de barreira impedem ou evitam a passagem dos espermatozoides no útero, evitando uma gravidez. Estes métodos estão facilmente disponíveis. Estão disponíveis os métodos contracetivos mecânicos, o preservativo masculino e feminino, e o método contracetivo químico, o espermicída.
- Os métodos de barreira não são recomendados como método de contraceção isolado nos casos em que a gravidez é contraindicada, devido à maior taxa de falhas do método.
VANTAGENS
DESVANTAGENS
Os métodos naturais baseiam-se na identificação das fases do ciclo menstrual em que probabilidade de haver uma gravidez é maior. A mulher tem de identificar o período fértil com base nas suas alterações fisiológicas e no conhecimento de que o óvulo é viável cerca de 2 dias após a ovulação e o espermatozoide tem capacidade de fecundar 3 a 5 dias após a ejaculação.
- Neste período deve haver abstinência sexual ou ser utilizado um método de barreira.
- Estes métodos podem ser com base no calendário, na temperatura basal e no muco cervical
VANTAGEM
DESVANTAGENS
A esterilização consiste na intervenção que evita uma gravidez de forma definitiva. Este método está indicado para as mulheres que não pretendem ter mais filhos ou em que a gravidez é contra-indicada.
- A Legislação Portuguesa (Lei 3/84 - Art.º 10.º) permite a esterilização voluntária nas mulheres com mais de 25 anos de idade e nos casos em que a esterilização tem indicação médica é dispensado o limite de idade.
VANTAGENS
DESVANTAGENS
As infeções sexualmente transmissíveis (IST), muitas vezes denominadas doenças sexualmente transmissíveis (DST), são infeções cuja forma de transmissão mais frequente (mas nem sempre a única) é o contacto sexual.
Muitas podem ser transmitidas também de mãe para filho, durante a gravidez ou no momento do parto, por exemplo.
Estas infeções podem ser causadas por três grandes grupos de agentes infeciosos:
As IST, por vezes, traduzem-se no aparecimento de alguns dos seguintes sinais e sintomas:
No entanto, na maioria dos casos, estas infeções são assintomáticas (isto é, não têm sinais ou sintomas associados), o que pode comprometer o seu diagnóstico e tratamento, facilitando ainda a sua transmissão. Por outro lado, apesar de muitas terem cura (isto é, existe possibilidade de eliminar o agente infecioso do organismo do doente), existem várias que não, como a infeção por VIH.
Assim, a prevenção apresenta-se como essencial na abordagem a este grupo de patologias e passa, em grande parte, pelo uso do preservativo em todas as relações sexuais.
Por fim, se suspeita que pode ter uma IST, existe outro conjunto de cuidados que importa manter:
A violência no namoro acontece quando o/a nosso/a parceiro nos magoa (física, emocional ou sexualmente) e nos controla a nós e à nossa relação. É um ato de violência, pontual ou contínuo, que tem como objetivo ter mais poder e controlo do que a outra pessoa envolvida na relação.
A violência no namoro pode acontecer quer as relações sejam "sérias" ou não, menos ou mais longas. Quer as raparigas quer os rapazes podem ser violentos para os seus parceiros. As relações em que existe violência não são todas iguais e não é obrigatório que incluam violência física. Na mesma relação podem ocorrer várias formas de violência.
Se fores vítima de violência no namoro: Enquanto não te sentires seguro/a para tomar uma decisão definitiva ou para pedir ajuda, há algumas estratégias que te podem proteger:
- Opta por locais públicos e movimentados para estares com o/a teu/tua namorado/a. Locais isolados podem colocar-te em risco.
- Escolhe atividades em que estejas com o/a teu/tua namorado/a na presença de outras pessoas (ex.: o teu grupo de amigos).
- Muda as rotinas (ex.: o teu percurso para a escola e da escola para casa) e procura estar na companhia de amigos ou colegas de turma.
- Quando saíres diz a alguém em que confies onde vais e a que horas regressas.
- Grava contactos telefónicos importantes no teu telemóvel, para poderes pedir ajuda facilmente caso precises.
- Se sentires que estás em perigo, procura imediatamente alguém ou um sítio mais seguro (ex.: um sítio onde estejam mais pessoas). Podes também ligar 112. O profissional que atender a tua chamada enviará para o local onde te encontrares os meios necessários para te proteger.
- Conta a um adulto da tua confiança o que se está a passar. Os adultos só poderão apoiar-te e proteger-te se souberem o que está a acontecer.
- Mesmo assim, é importante que denuncies a situação às autoridades
- Termina a relação.


Terminar uma relação violenta pode ser uma decisão difícil de tomar. Há jovens que se vêem durante muito tempo envolvidos em relações de namoro violentas, por vários motivos:
LEMBRA TE QUE :

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) é uma instituição particular de solidariedade social que presta informação, proteção e apoio emocional, psicológico, jurídico e social a todas as vítimas de crimes, aos seus familiares e amigos. O apoio é gratuito e CONFIDENCIAL(o que significa que não precisas de te identificar para falares connosco - dizer o teu nome, onde moras ou o nome dos teus pais, por exemplo). A APAV possui uma rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima espalhados por diferentes regiões do país. Neles tens ao dispor um conjunto de Técnicos de Apoio à Vítima, devidamente formados e preparados, que podem aconselhar-te, apoiar-te e responder às tuas dúvidas e preocupações. Se precisares de ajuda ou informação podes:
- Ligar para o número 707 200 077 (10h00-13h00/14h00-17h00 - dias úteis).
- Enviar e-mail para APAV.SEDE@APAV.PT. Os nossos profissionais irão responder-te o mais rapidamente possível.
- Dirigir-te a um dos nossos GABINETES DE APOIO À VÍTIMA.
QUALQUER PESSOA QUE TENHA SIDO VÍTIMA DE CRIME OU QUE TENHA TESTEMUNHADO A OCORRÊNCIA DE UM CRIME PODE DENUNCIÁ-LO. Se foste vítima ou testemunhaste algum crime, é muito importante que o denuncies às autoridades. Se o fizeres, a probabilidade de a pessoa que o cometeu ser punida e impedida de fazer o mesmo a outras pessoas é maior.
O QUE ACONTECE QUANDO ALGUÉM FAZ UMA DENÚNCIA?
- Há crimes (por exemplo, violência doméstica, maus-tratos, abuso sexual, roubo, homicídio) nos quais a denúncia feita por qualquer pessoa é suficiente para que o processo na justiça seja iniciado. Chamam-se CRIMES PÚBLICOS e não necessitam que a vítima apresente qualquer queixa.
- Há profissionais que estão obrigados por Lei a denunciar todos os crimes públicos dos quais suspeitem ou tenham tomado conhecimento no seu contexto de trabalho: este é um dever das autoridades policiais, de todos os funcionários públicos, demais agentes do Estado e gestores públicos.
- Nos CRIMES QUE NÃO SÃO PÚBLICOS (OS CRIMES SEMIPÚBLICOS E OS CRIMES PARTICULARES), para se dar início ao processo na justiça é necessário que a própria vítima apresente queixa-crime, mesmo que existam denúncias anteriores.
- Se a vítima tiver menos de 16 anos de idade, a queixa-crime terá que ser apresentada pelos seus representantes legais (normalmente, os pais).
Embora o ser humano seja um ser sexuado, a sexualidade é diferente consoante a idade. As crianças, os adolescentes, os adultos e as pessoas idosas têm interesses sexuais, manifestando a sua sexualidade através de determinados comportamentos. Contudo, a sexualidade muda com a idade, verificando-se características próprias que estão associadas a cada fase da vida.
Do ponto de vista psicossocial distinguem-se claramente:
- o período pré-pubertário
- a adolescência
- a vida adulta
- a velhice
Entre os 0 e os 10-12 anos
Na infância, a sexualidade é encarada como uma descoberta, nomeadamente do próprio corpo, considerando-se como o primeiro ato sexual da criança mamar no peito da mãe. Nesta fase, a sexualidade é vivida e desenvolve-se nas relações com as sensações corporais e em interação com as figuras de apego.
As principais características da sexualidade nas crianças são:
A puberdade é uma época de transição entre a infância e a idade adulta, um período marcado por profundas alterações biológicas, fisiológicas e psicológicas, durante o qual o corpo adquire os caracteres sexuais (masculinos e femininos) associados ao sexo biológico, dando-se igualmente a maturação do aparelho reprodutor e a aquisição da capacidade reprodutiva.
Vejamos de forma breve quais as mudanças que se produzem e que definem a adolescência (López e Fuertes, 1999):
Nos rapazes
Nos rapazes, as transformações começam por volta dos 9 aos 14 anos e são muito mais demoradas do que nas raparigas.
As principais características das mudanças são:
Nas raparigas
Nas raparigas inicia-se, em geral, entre os 8 e os 13 anos, variando este período de pessoa para pessoa. Em geral, a puberdade tem início com a primeira menstruação (menarca), que coincide com o surgimento de uma série de transformações do corpo, que já se vinham manifestando na fase conhecida como pré-puberdade.
As principais características são:
Em comparação com a adolescência, na idade adulta a sexualidade é vivida mais tranquilamente. Porém, a sexualidade continua a ser é muito distinta de pessoa para pessoa, como consequência do grau de diversidade que implicam as suas formas de vida.
Na idade adulta, a maioria das pessoas encaram a sexualidade com normalidade. Isto advém de uma maior maturidade resultante de uma vida familiar tendencialmente mais estável ou por possuírem um/a companheiro/a fixo/a.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a entrada numa idade adulta mais avançada não significa colocar a vida sexual de parte.
O envelhecimento é um processo indutivo de várias mudanças no indivíduo, nomeadamente ao nível físico, mental e social. Estas mudanças tendem a afetar a expressão da sexualidade, na medida em que se torna necessário para a pessoa "idosa" redefinir objetivos, isto é, reconhecer que está numa nova fase do ciclo vital e que, tal como as anteriores, está associada a determinados "acontecimentos padrão", assim como de crises de desenvolvimento próprias da fase em questão.
O processo de envelhecimento implica várias alterações ao nível dos determinantes biológicos, que englobam os fatores genéticos, neurológicos, hormonais, anatómicos e fisiológicos, que poderão exercer alguma influência na vivência do amor e da sexualidade. Tal não significa que determinam a sua cessação, podendo antes exigir alguma adaptação.
No caso dos homens, os autores (López e Fuertes, 1999) fazem referência às seguintes alterações biofisiológicas:
Relativamente às mulheres, surgem as seguintes alterações biofisiológicas: (López e Fuertes, 1999)
Estes atos são praticados por uma ou mais pessoas contra outra - a vítima - sem a vontade desta.
Mas quando os atos sexuais acontecem com uma criança ou jovem que tenha menos de 14 anos, não interessa se esta pessoa mostrou ou não vontade de se envolver sexualmente com alguém - a Lei indica que isto é sempre crime.
Porque a Lei parte do princípio que a prática de atos sexuais por crianças e jovens com menos de 14 anos é sempre prejudicial ao seu desenvolvimento.
Logo, mesmo que a criança ou jovem com menos de 14 anos tenha dito que queira ter um determinado contacto de natureza sexual (isto é, mesmo que aparentemente o faça de livre vontade), a pessoa com quem a criança ou jovem tem esse contacto está a praticar um crime.
Em alguns casos, os atos sexuais praticados com crianças ou jovens entre os 14 e os 17 anos com os quais possam ter concordado, também podem constituir crime.
Isto acontece por exemplo, quando são levados a cabo por alguém que tenha algum tipo de autoridade sobre a criança (pessoa que cuida da vítima ou está responsável por ela), ou quando alguém mais velho tenta aproveitar-se da pouca experiência da criança ou jovem.
Estas situações podem acontecer apenas uma vez ou várias vezes
Independentemente disso, são sempre situações de violência para as quais podes pedir ajuda
https://www.apf.pt/sexualidade
https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/planeamento-familiar<br>
https://www.chualgarve.min-saude.pt/guia-do-utente/planeamento-familiar/<br>
https://www.vivasuavida.com.br/pt/seu-corpo/contracepcao/
https://www.vivasuavida.com.br/pt/metodos-contraceptivos/#methods-
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2011005000022&script=sci_arttext<br>
https://www.apf.pt/metodos-contracetivos/contracecao-hormonal-injetavel<br>
https://www.atlasdasaude.pt/artigos/contracecao-saiba-que-opcao-escolher
https://www.spdc.pt/files/noticias/Contraceo_adolescentes_verso_final.pdf
https://www.apf.pt/infecoes-sexualmente-transmissiveis<br>
https://www.metis.med.up.pt/index.php/Infe%C3%A7%C3%B5es_sexualmente_transmiss%C3%ADveis
https://escolasaudavelmente.pt/alunos/adolescentes/amor/violencia-no-namoro<br>
https://www.apavparajovens.pt/pt/go/o-que-e1
https://www.apf.pt/sexualidade/etapas-do-desenvolvimento-sexual
https://paulajoazeiro.com.br/mat%C3%A9rias-e-artigos/71-fases-da-sexualidade
https://mundoeducacao.uol.com.br/sexualidade/abuso-sexual.htm<br>
https://apav.pt/care/index.php/informacao-para-adult-s/violencia-sexual-online<br>
https://pt.wikipedia.org/wiki/Abuso_sexual_de_menor
https://www.policiajudiciaria.pt/violacao-abuso-sexual-o-que-fazer-em-caso-de/<br>
https://apav.pt/apav_v3/images/folhas_informativas/fi_violencia_no_namoro.pdf
https://www.casa-qui.pt/index.php/perguntas/32-como-saber-se-sou-vitima-de-violencia-no-namoro<br>